Não existe cura para a ansiedade!

Antes que você se assuste com o título, deixe-me contar um pouco sobre a minha história. Quando era criança, eu sentia muita dor de estômago e passava muito mal, principalmente em viagens um pouco mais longas. A medicação para controle do enjoo já não resolvia mais, isso porque se tratava de um quadro ansioso, então, para ter uma viagem mais tranquila, implorava aos meus pais para tomar injeção. 

Naquela época não tínhamos muito acesso à informação, principalmente sobre saúde mental. Não entendíamos o motivo dessa situação ocorrer, uma vez que causas físicas foram investigadas e descartadas, portanto, o que significa que tratava-se de sintomas emocionais. Além disso, minha ansiedade não parou de me trazer prejuízos em outras fases da vida também. 

Na adolescência, ela veio em forma de descontrole alimentar e baixa autoestima, impactando em meu rendimento escolar. Notas baixas, sentimento de insegurança e incapacidade faziam parte do meu dia a dia, pois acreditava que os outros eram sempre melhores do que eu e me sentia como uma farsa.

A ansiedade não tem cura? 

Na condição de psicóloga, posso afirmar que não, pois a ansiedade se trata de um sentimento, assim como a raiva, o amor, a felicidade; não é permanente. Ou seja, ela vai e volta. Estudo diariamente a temática, já atendi mais de 300 pacientes e palestrei em empresas e escolas ao longo da minha carreira. 

Depois desse contato tão íntimo com a ansiedade, na minha infância e agora em minha profissão, aprendi a conviver com ela. Hoje não me atrapalha mais, ao contrário, me ajuda, principalmente quando tenho novos desafios (e é exatamente isso que busco ensinar para as pessoas).

Vou explicar como isso é possível, mas é necessário entender primeiramente qual é a função da ansiedade em nossa vida. A ansiedade, assim como o sentimento de medo, é o que garantiu a sobrevivência da espécie humana, pois fez com que escapássemos de alguns perigos oferecidos pela natureza, pelos animais e por outras tribos. Precisávamos nos programar em relação à comida, abrigo e segurança. Esse instinto continua fazendo parte da nossa vida até hoje. 

A parte boa da ansiedade é que ela continua nos protegendo de alguns perigos e nos preparando para vivência de novas  situações. Por exemplo: se você tem uma entrevista de emprego, certamente irá pesquisar o endereço, vai separar uma roupa adequada para a ocasião e possivelmente pesquisará um pouco sobre a empresa que demonstrou interesse em seu perfil. 

É muito importante entender que a ansiedade é negativa quando traz prejuízos funcionais para a sua vida ou quando ela te paralisa. Se você tem os sintomas da ansiedade por mais de seis meses e nota que a intensidade tem aumentando gradativamente, você precisa buscar ajuda profissional.

Os sintomas mais comuns da ansiedade são: dor de cabeça, dificuldade para dormir ou manter um sono de qualidade, pensamentos obsessivos e acelerados, aumento ou diminuição do apetite, falta de ar, impulsividade, gastos excessivos e isolamento social.

Em algum momento da vida, todos nós já experimentamos algum dos sintomas citados, por isso afirmo que a ansiedade não tem cura. Mas podemos sim aprender a conviver melhor com ela.

Mas como isso é possível? 

O controle da ansiedade acontece quando você entende que ela vai te visitar sempre, então o ideal é fazer as pazes e não deixar ela comandar seus pensamentos e comportamentos. O primeiro passo é aprender a reconhecer suas emoções, entender o que está fazendo com que esse sentimento apareça. Trabalhar a causa faz parte da solução. Mas sabemos que algumas situações não dependem de nós para acontecer, então existem recursos terapêuticos que podem lhe ajudar a reduzir esses sintomas que surgem com a ansiedade, como, por exemplo, a atividade física, a meditação, a leitura e a alimentação saudável. 

Não deixe de cuidar de você, não deixe a situação se agravar para buscar a ajuda de um profissional. Se você quiser saber mais sobre ansiedade e aprender a conviver melhor com ela, siga a nossa página nas redes sociais. 

Carolina Lima da Silveira, psicóloga 

 

 

 

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