Na batida da música: Eric Chien

A Revista 4 Estações bateu um papo bacana com Eric Chien sobre sua carreira e trajetória no mundo da música.
Revista 4 Estações: Conte um pouco da sua carreira na música.
Eric Chien: Comecei a tocar fazem uns seis anos. O começo foi bem inusitado porque caí de paraquedas nessa área. Eu sempre andava com pendrives no meu chaveiro, pois eu gostava de fazer playlists para tocar no meu trabalho. Eu tinha aquele feeling de saber quais músicas combinavam entre si numa sequência. Na maioria das vezes, eu ia sozinho para festas e me divertia muito. Um dia um produtor me viu na pista e me chamou pra ficar no palco onde estava o DJ. Fiquei lá curtindo a noite do meu jeito, dançando super animado. No dia seguinte esse produtor me mandou mensagem dizendo que todo mundo estava perguntando quem era o cara de cabelo rosa que estava no palco, se eu era DJ. Então comecei a receber cachê pra ficar curtindo nas festas. Numa noite, ele perguntou se eu alguma vez já tinha pensado em ser DJ, aí comentei das playlists que eu levava no trabalho. Ele perguntou se eu estava com algum pendrive com essas músicas e eu estava (sempre deixo no chaveiro). Ele me ensinou ali na hora o que cada botão fazia e deixou eu comandar a pista. O pessoal curtiu tanto que ele acabou me contratando como DJ. Aí quis me aprofundar nas técnicas, saber fazer mixagens e tudo mais e resolvi fazer o curso de DJ e Produção Musical, para entender melhor sobre a profissão, saber com propriedade o que eu estava fazendo e o porquê.
Com o curso, vi que ser DJ não é algo tão simples quanto parece, que requer muito estudo e técnica para manter a pista cheia com sequências de músicas que encaixam perfeitamente uma nas outras, com novidades e qualidade.

 


Revista 4 Estações: Lembra da primeira vez que subiu num palco? Qual a sensação?
Eric Chien: Como sempre gostei de festas, a primeira vez que toquei fiquei muito tranquilo. Eu sabia que era aquilo que eu queria fazer. O fato de ter na pista também muita gente que eu conhecia e me apoiava fez eu ficar bem confiante. Mas seja na primeira ou centésima vez, sempre fico antes de entrar com aqueles questionamentos: “será que o pessoal tá animado hoje? Será que vão gostar do meu set?”. Toda vez que sou chamado pra tocar, gosto de trocar ideia com o contratante, saber como é o público, idade, o que gostam, dou uma fuçada nas redes sociais deles pra ver se tem algum vídeo de festas e com isso já penso na linha que meu set vai seguir na hora.

Revista 4 Estações: Qual sua maior fonte de inspiração?
EC: Gosto muito e me inspiro em produtores e DJs nacionais, como Tropkillaz, Leo Justi, Molla DJ, Sydney Souza, Vintage Culture e Cat Dealers, e internacionais como Chris Lake, Martin Garrix, The Chainsmokers, Alison Wonderland, Flume, RL Grime e Diplo.

Revista 4 Estações: Quando você decidiu que gostaria de ser um DJ open format?
EC: Eu decidi por open format – que é tocar variados gêneros musicais – porque me chamam para os mais diversos eventos, seja um coquetel empresarial com o pessoal engravatado, desfile de marca jovem, competições de dança, baladas eletrônicas, baile funk, então achei bom não me limitar a apenas um gênero.

Revista 4 Estações: Existe algum momento que possa definir como o mais marcante da carreira?
EC: Foi quando toquei na virada de ano em Copacabana na cobertura de um hotel, bem de frente para a queimada de fogos. Outra vez foi quando toquei no show da Anitta e também quando fiz uma apresentação que estava sendo transmitida para praticantes do DeRose Method em vários lugares do mundo.

 


Revista 4 Estações: Em seu Instagram, você sempre está dando dicas e explicando o que é ser DJ. Quando sentiu a necessidade de explicar essas questões para o seu público?
EC: Achei importante mostrar como é ser DJ ao ouvir muitos questionamentos como “você ganha pra dar play numa música?”, “pra que serve o fone de ouvido, pra dar estilo?”, “pra que tem tantos botões, não é só por um pendrive?” Então fiz vídeos desmistificando um pouco desse pensamento que muitos têm de que DJ é só um cara que bota um pendrive e deixa o som rolar, pra verem como é uma profissão que exige concentração e técnica como qualquer outra. O pessoal tem a visão errada de que DJ tá ali na festa só de enfeite enquanto rola o som, mas, na verdade, estamos ali trabalhando sério enquanto o pessoal se diverte. E o bacana é que recebi muitas mensagens do pessoal dizendo que começou a fazer curso de DJ depois de eu mostrar como é que funcionam as coisas.

Revista 4 Estações: Vale pedir música pro DJ?
EC: Se o pedido for coerente, sem problemas. Mas já rolou muitas vezes de a festa ser, por exemplo, de rock e a pessoa vir pedir funk, ou a pista estar fervendo curtindo um som agitado e a pessoa pedir uma música super lenta que iria quebrar com a vibe da galera. E o bacana também é pedir a música antes do DJ começar a apresentação. Ficar ali na hora pedindo atrapalha a concentração, é só pensar em como você sentiria se no meio do seu trabalho toda hora viesse alguém falar pra você fazer algo, ou chamasse pra falar alguma coisa, não seria nada bacana, certo?

Revista 4 Estações: Alguma dica pra quem quer começar na área?
EC: Estude, faça cursos ou pesquise na internet pra mandar bem na pista, com qualidade e técnica. Tenha seu diferencial. Isso serve para qualquer profissão que você for procurar, busque sempre se aprimorar e não ficar acomodado achando que sabe de tudo.

Instagram: @eric_chien

Por Ana da Silva M.

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